Dentro de cada estado da Índia, existe muitas subculturas distintas da cultura Hindu, muitos dos quais estão divididos por casta ou tribo, cada um com seu próprio estilo de dança. O deserto do Thar estende-se pelo território da Índia e Paquistão, um deserto quente e seco no noroeste da Índia, perto dos estados de Punjab e Gujarat.
No Rajastão, região deserta da Índia encontramos várias formas de danças folclóricas.
Kalbelia é o nome desta forma de dança representada pela tribo cigana com o mesmo nome. Estas danças são parte integral da cultura desta comunidade.
A principal ocupação desta tribo no passado era a captura e comercialização de cobras e do seu veneno. Esta tribo, seguidora da religião hindu, é também conhecida como Sapera(serpente) ou Jogira. O maior número desta população pode ser encontrada nos distritos indianos de Pali, seguido de Ajmer, Chittorgarh e Udaipur.
A dança é executada pelas mulheres e seus movimentos se assemelham aos sinuosos movimentos das serpentes, demonstrando flexibilidade, graça e espontaneidade. Uma dança vigorosa e vibrante em que a dançarina explora os balanços de ombro, quadril e giros, além de movimentos acrobáticos.
A música é tarefa dos homens, exímios intérpretes de instrumentos como o Pungi, Dufli, Beer, Khanjain, Morchang, Khuralio ou do Dholak.
As danças Kalbelia são hoje mundialmente conhecidas, é uma forma de celebração de momentos de alegria desta comunidade cigana partilhados por quem visita o deserto do Thar, no estado indiano do Rajastão.
Gulabi Sapera é a mulher responsável por divulgar esta dança ao público internacional.
Gulabi Sapera pertence à casta dos Kalbeliyas. Desde pequena acompanhava seu pai nos trabalhos de captura e apresentações das serpentes, ela passava o dia observando o pai tocar flauta e a serpente dançar. Ficava o dia inteiro sem comer, pois só tinha o leite materno e sua mãe não a acompanhava. Nesta casta os homens trabalham com a música, captura de serpentes, e as mulheres executam a dança. Depois de algum tempo acompanhando seu pai, ele passou a dar-lhe um pouco do leite que os aldeões davam para ele alimentar a serpente; pois é tradicional dar leite para serpente após sua dança, e Gulabi bebia no mesmo pote.
Gulabi quebrou certos tabus sociais, tanto pessoais como de tradição, tornou-se uma referencia para o público indiano e internacional. Como bailarina contemporânea renova continuamente seu vocabulário coreográfico.
Hoje é considerada a “A cigana Rainha do Rajastão”.
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